quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Poema inacabado,


no comboio da noite viajo

sem saber cara a onde vai,
os pensamentos voam nos carris e no som
dum trem que sabe a nostalgia.
O ferro carril do passado ainda viaja por terras
desconhecidas e senlheiras
com uma cor que sabe a fume,
é o ar envolvente da realidade
que o sustém na geometria.

No comboio, viajo
e não viajo...
as horas solidificam-se
como magma seco
e expressam silêncio e tempo
num canto estranho e esquisito
o canto do pôr-do-sol no vigésimo estrondo

É no comboio da noite e sem estrelas
onde ouço a voz da lua
no trigésimo nono ano de luz
que me abrange com a amplitude dum sorriso.

No comboio viajo, talvez, não viajo.

Publicado na revista Elipse número 4 de Círculo Edições