no
comboio da noite viajo
sem
saber cara a onde vai,
os
pensamentos voam nos carris e no som
dum
trem que sabe a nostalgia.
O
ferro carril do passado ainda viaja por terras
desconhecidas
e senlheiras
com
uma cor que sabe a fume,
é
o ar envolvente da realidade
que
o sustém na geometria.
No
comboio, viajo
e
não viajo...
as
horas solidificam-se
como
magma seco
e
expressam silêncio e tempo
num
canto estranho e esquisito
o
canto do pôr-do-sol no vigésimo estrondo
É
no comboio da noite e sem estrelas
onde
ouço a voz da lua
no
trigésimo nono ano de luz
que
me abrange com a amplitude dum sorriso.
No
comboio viajo, talvez, não viajo.
Publicado na revista Elipse número 4 de Círculo Edições