Rematou o temporal
e abriu o céu para
mostrar nuvens brancas.
As raiolas lambem
eroticamente
as montanhas
e uma bandada de pegas
furiosas
assalta um banco.
Decidem fuzila-las por
rebeldes,
mas não podem.
Desobediência civil.
Beija-me, meu amor, nesta
tarde solhada
um blues substitui os
cantos de reis
e a impunidade fica
freada.
Ainda podemos sentir asas
nos pés
mentres posamos para
fotografias da ficha policial.
a vingança também nos
corresponde
em nós reside a
soberania.
Temos o direito a sermos
ressarcidos:
a beber em cuncas douradas
e provar o mel portuário
como barcos que sonham
com navegar até o
sol-pôr,
e deixarem-se cair pela
beira do mundo,
longe de monstros
marinhos,
onde Jules Verne escreve
versos passados
e futuros, dentro dum
foguete
e, com as beições do
capitão Nemo,
ir além da lua.
rosanegra e Alexandre
Insua (Impostura de fumador)
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