terça-feira, 19 de março de 2013

POEMA EM MÃO COMUM



Jake Lamotta segue em pé
tensionam-se os músculos para resistir os golpes
semelham afazer-se às fendas intensas, mais
os pés molhados roçam a friúra e tremem
num calçado grande e comprido
que aperta nas noites violáceas de nuvens
cúmulos em olhadas de porcelana perdidas
em futuros rostros desconhecidos
as pegadas do tempo marcam-se fundamente
datas rajadas acobilham-se nos ombros cansos
portanto suster nas pias afastadas
portanto olhar vias formadas de sonhos
caminhos-de-ferro que percorre
um comboio misto de ouro e púrpura
os caminhos-de-ferro percorrem-me as costas
o poema é encaixe de chumbo...que levita
como um santo feito de plumas
não, não acredito na humanidade
cansa de pugilatos infinitos
ergo-me do chão mais unha vez
Sou coma unha raiz que procura sair do suco
expandir-se cara a luz...nascer da terra!
só ela nos sustenta no universo
a terra e luz criam vida complexa
de respiração anaeróbica...

Fragmento do poema (POEMA EM MÃO COMUM) dos autores: Alexandre Insua, Cruz Martinez e rosanegra. Publicado no libro (DOCES LOUCURAS-Louvor aos sorrisos).

sábado, 9 de março de 2013

Chámana Puta


porque vende o seu corpo ao por menor
os seus ollos están cravados de medo
nas órbitas craniais
cada vez que ve o seu chulo
e vén do Leste ou dos Balcáns
que máis ten de onde
enganada por un horizonte verde
un día mellor na súa vida
E chámaa Puta
o seu proxeneta sorrí cos dentes
brancos e longos, amasando cartos
e premendo a tecla feble que domina
E chámaa Puta
o seu cliente tamén sorrí
diante dunha muller submisa
que xa o perdeu todo,e goza
goza o prostituidor sen conciencia
chámana Puta e soamente é unha vítima
de todos eses cabróns...
xa non ten nome,é carne fresca
e chámana...PUTA

Publicado no libro "MULHERES entre poesia e luita"