sábado, 2 de agosto de 2014

Do diário íntimo de Parker & Barrow (III)

Ruído de fundo, distorções gaussianas
fora vai frio mas não chove.
Meu amor!
Mas as rulas cantarão
um blues de reanimação, um
RCP no novo ano
Para que podas levar as tuas esperanças
em cadeiras de rodas
vestidas com pele de guepardo
nas noites infindas
e sinalaremos num mundo
cheio de borboletas azuis
porque o azul precede-nos
o planeta disque é azul
se calhar como o sangue de aristocratas doutro tempo.
Full de reis e ases,
de abondo para continuar no jogo,
no jogo dos beijos
e de fluidos sexuais.
Perdemos toxinas suficientes
Para continuar lutando
enquanto uma cacatua
chisca um olho através duma janela
e sorri.

Poema de Alexandre Insua e rosanegra.
Publicado na revista Elipse nº3 de Círculo Edições.